Rosie Alves - Dji Tafinha é conhecido como um dos artistas mais activos no mercado musical angolano. Como é ser reconhecido como tal?
Dji Tafinha - Ser reconhecido por aquilo que fazemos com muito amor e carinho é sempre positivo. Eu não sou nada mais - nada menos que um dos artistas que encontrou a música angolana numa das melhores fazes desde então. É gratificante.
RA - Depois do teu primeiro álbum, tem lançado álbuns em curto espaço de tempo o que é, pouco usual no nosso mercado. Como é que é estar sempre ligado ao público e ter sempre alguma coisa a dizer?
DT - Ter sempre algo a dizer é tão simples quanto encarar a vida a medida que a gente vai vivendo. Nenhum dia é igual a outro. Hoje tenho 27 anos e, em nenhum dos outros álbuns que lancei eu tinha essa idade, então, eu vou exprimindo cada coisa que vou pensando consoante as fases diferentes da minha vida, exactamente o que vai acontecer quando tiver 28 ou 29 anos. Quando lançar um novo álbum, será um pensamento d’um jovem – ou d’um homem – diferente a cada uma dessas etapas.
RA – Em cada álbum que lanças mostra uma nova faceta. O público passa a conhecer algo teu que no outro álbum não conhecíamos. Como e ser um artista diferente em cada álbum e ainda assim cair nas graças do povo?
DT – Acredito que primeiramente ser artista. – Ser eu mesmo – porque o artista e que faz a moda, o artista e que da ao público aquilo que ele tem de escolher. O artista não tem que estar a procura daquilo que o público quer e fazer o que o público está, supostamente, a apreciar naquele momento como sucesso. Eu sempre preocupei-me em exprimir aquilo que sinto no momento e, graças a Deus por eu ter a versatilidade do meu lado e conseguir fazer algumas coisas, nunca tive medo nem receio de fazer aquilo que me vem a alma e acredito que só tenho recebido o carinho dos meus fãs e não só, ate agora porque, eu tenho sido super, híper realista comigo e com aquilo que vivo. E acredito que esta e uma das bases.*******************
***********************************************************************************************************************************
RA – Agora tens a tua própria produtora e um team no qual és o General. Por que motivo saíste daFreakshino e formaste a Álien e a equipa Galáxia?
DT – Bem, eu saí da Freakshino para formar a Galáxia pelo mesmo motivo de um filho que quando atinge uma certa idade, quer encarar as suas responsabilidades com os seus próprios pés. Queria formar a minha nova família e não podia pegar a minha mulher e filhos e, continuar na casa dos meus pais (risos). Tinha que construir a minha própria casa e, então, a Galáxia e a minha própria casa para formar a minha nova família.
RA – Como e ter a Rapper Girinha como uma das integrantes da tua produtora?
DT – E uma bênção. Porque o incrível e que quando eu ouvia falar da dela como Rapper, eu estava a engatinhar no que concerne ao Hip Hop. Ela sempre foi uma artista que eu admirei e quando tive a oportunidade apercebi-me que ela também gostava daquilo que fazia foi uma química terrível. Percebemo-nos logo, no primeiro contacto e dai em diante foi natural, espontâneo.
RA – Como avalias a presença feminina no Rap angolano e, quais nomes que hoje com potencial para continuar a elevar o nível de qualidade do Rap neste género?
DT – Hoje em dia, quando ouço o Rap no que concerne ao género feminino, dá-me a sensação de um ligeiro “deja vu”. Isso já foi visto antes, só que, agora, com pessoas diferentes. Antigamente no Full Time que era a Girinha, GP, Afrodite, Dona Kelly e muitas outras. Exactamente o que acontece hoje em dia quando só falamos do Fuba. O engraçado e que a única que estava lá, e que esta cá é aGirinha – Que estava muito tempo no Full Time e hoje em dia esta no Fuba – O que não quer dizer que a Girinha seja superior as outras por causa disso, mas e apenas uma demonstração de resistência. Elas todas então de parabéns porque não e fácil assumirem esta patente num pais como nosso, quando são mulheres.
RA – Desde o início da tua carreia, sabemos das tuas conexões com figuras relevantes no mundo da música propriamente do estilo Hip Hop que ao longo do tempo foram – eu posso dizer, azedando – com direito a públicas demonstrações de desafecto. Tenho como exemplo a tua relação com o Samurai e o caso mais recente com o Yamero Beats. O que tens dizer sobre isso?
DT – Em primeiro lugar, nada azedou com o Yamero. E como um pai olha para um filho, por mais que o filho saia de casa a gritar a dizer que vai fazer ou vai deixar de fazer, ele será sempre o filho do pai, e o pai tem de saber se comportar como tal. Tem de encarar e dizer: Ah, deixa lá estar, ele está simplesmente a passar por uma fase que e próprio da idade.
Não tem nada a ver com azedar. É apenas uma fase que ele quer algo diferente e tem que se apoiar independente de qualquer coisa. Acho que viver em comunidade é aceitar os desejos de cada um.
RA – Segundo o que se acompanhou, houve desavenças nas redes sociais com direito a demonstrações de desafecto da vossa parte. Corrija-me se estiver enganada.
DT – Eu acho que uma desavença é tal e qual uma luta, e uma luta só existe quando há dois lados ou mais a lutarem uns contra os outros. Quando há uma manifestação de um lado e não há do outro não acho que é uma luta. Então acho que não e uma desavença – Eu acho que e uma manifestação de alguma coisa ou de alguém que, é algo totalmente normal.
RA – O Yamero ainda trabalha na tua produtora?
DT – Não. Ele já não esta a trabalhar comigo, mas não é por nada. Eu sou um artista que, a única coisa que tenho de sólido na minha equipa são os cantores. O resto vária. Eu posso trabalhei com oYamero como meu designer por um tempo, e agora estou a trabalhar com outro jovem e, depois, quando acabar o tempo deste jovem vou trabalhar com outro.
RA – Uma relação de pai e filho que gira em torno de negócios… Bom, então o filho saiu de casa e já não voltará?
DT – Bom, isso cabe ao tempo decidir.
RA – O também Rapper Kid Mc esteve recentemente em um programa de rádio, e deu algumas declarações a respeito do teu trabalho – onde disse, resumindo, que não te aprecia como cantor, mas reconhece o teu lado de bom produtor.
DT – O Kid MC está no total direito, como cidadão, de manifestar aquilo de que gosta e o que não gosta. Da mesma forma que eu estou no meu por achar a musica dele muito monótona – das poucas vezes que ouvi – Por exemplo, estou a manifestar a minha visão como cidadão. Eu tenho de respeitar o ponto de vista dele, como ele tem que respeitar o meu. Não devemos estar a lutar com todas as pessoas que não apreciam aquilo que nós fazemos senão, vamos lutar com metade do mundo. –Jesus Cristo veio para salvar a humanidade, lhe mataram; Bob Marley veio para ajudar, idem. – Então, quem sou eu para o Kid gostar ou não gostar de alguma coisa que eu faça? Até porque eu também não aprecio a coisa dele (e está a andar, nê...) Então estamos quites.
RA – O Kid MC também deixou no ar a intenção de gravar uma música contigo. Aceitarias?
DT – Impossível! Não aceitaria.
RA – Por quê?
DT – Não faz o meu estilo. Alias, quando canto com alguém, não canto só por cantar. E preciso haver um equilíbrio psicológico e espiritual. Eu e ele não temos esse equilíbrio.
RA – Agora tens a tua própria linha de roupas, estamos a presenciar um Dji Tafinha envolvido no mundo da moda. Quão longe pretende levar este projecto?
DT – No que que concerne a linha de roupa são duas coisas totalmente diferentes, por exemplo, os casacos que uso são da Porto Fino num design exclusivo pra o Dji Tafinha, mas não é uma linha de roupa minha, foi um presente deles pra mim, usei a roupa deles no lançamento do meu disco, cujo a venda foi de 6.125 mil copias, 6.125 mil pessoas viram o que tinha vestido, acredito que 2.000 pessoas vão querer, eles fizeram a oferta e eu ajudei a promover o produto
RA – A Porto Fino é uma marca angolana?
DT – Sim, é sim, eles fizeram confecções na Itália e outros. Sendo uma marca angolana, no entanto, eu apoio causas que levam o nosso país pra frente, e está ser muito fixe estarmos a trabalhar juntos, mas eu tenho a Galáxia que também está a criar muitas coisas, chapéu, ténis, que em breve entrarão no mercado pra o consumo da população.
RA - Serás pai mais uma vez, não é novidade pra ti a paternidade, mas diz-nos, qual é a sensação?
DT - A mãe da minha filha é a melhor mulher do mundo, chama-se Lípsia, não há melhor sensação do que ser pai e eu estou muito feliz por voltar a ser pai, será uma menina, a segunda dos dez que vêm (Risos), e é uma felicidade indescritível.
RA - Como é ressurgir das cinzas depois de ter perdido um filho ainda há pouco tempo? Responda caso te sintas à vontade pra falar como aconteceu.
DT - Como aconteceu é impossível dizer, íamos dar muita volta, blá blá blá, e uma morte dá pra resumir em um ponto só. Mas dizer como superar, é muito simples, eu acredito que todas as pessoas que verdadeiramente passam por uma coisa difícil conseguem superar-las quando aceitam, é importante aceitar e simplesmente chegar a conclusão de que é uma realidade que todos vamos passar por ela, acontece a qualquer momento sem avisar, a gente aceita.
|
"Canal de Divulgação Musical - Humor - Vídeos - Download - Beleza e Entretenimento"
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Entrevista com Dji Tafinha "GLX"
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário